É do conhecimento geral que os plásticos têm um impacto direto na saúde das aves marinhas (emaranhamento, estrangulamento, asfixia, transporte de espécies invasoras…) mas nem sempre estamos cientes de outras consequências importantes como a poluição química, o impacto nas taxas de reprodução, a desregulação endócrina…
No entanto, é importante notar que esta poluição também afeta indiretamente as aves e a biodiversidade. Um bom exemplo, são as ações de recolha de resíduos e as limpezas de praia mecanizadas: na verdade, é suposto combaterem a propagação do lixo, mas impactam indiretamente as aves costeiras através do pisoteio e perturbação dos ninhos.Estas iniciativas são essenciais para o ambiente, especialmente devido à recolha de dados que são utéis para a monitorização da poluição por plásticos. Paradoxalmente, quando não são estritamente coordenadas, podem ser prejudiciais para o ambiente que pretendem proteger.
Foi desenvolvido um guia de “baixa pegada” com recomendações de boas práticas e ações para os gestores de áreas naturais e organizadores de ações de limpeza de praia. O guia destaca as áreas (limite superior da praia, áreas com elevados problemas ambientais..), os períodos (marés, períodos de nidificação) e os comportamentos que devem ser evitados de forma a minimizar as perturbações nos ecossistemas, focando-se nas aves que nidificam na praia.
Este guia é acompanhado de um mapa de risco que identifica as áreas de nidificação sensíveis em cada local-piloto. Estas áreas devem ser evitadas durante a época de nidificação.
Ao longo do projeto, foram organizados cursos de formação para a utilização destas ferramentas de projeto por diferentes actores envolvidos em acções de limpeza de praias.